CHA₂DS₂-VASc

Escala de risco para tromboembolismo (TE) e Acidente Vascular Cerebral (AVC) em doentes com fibrilhação auricular

Quando iniciar a anticoagulação oral1


Prevenção do AVC na Fibrilhação Auricular1

As guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) recomendam a utilização de NOACs em primeira linha nos doentes com FANV1


Recomendações para a prevenção do acidente vascular cerebral

RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se a terapêutica anticoagulante oral para prevenir o tromboembolismo em todos os doentes homens com FA com score CHA₂DS₂-VASc de 2 ou mais.
CLASSE*
I
NÍVEL*
A
Recomenda-se a terapêutica anticoagulante oral para prevenir o tromboembolismo em todas as doentes mulheres com FA com um score CHA₂DS₂-VASc de 3 ou mais.
CLASSE*
I
NÍVEL*
A
Deve ser considerada a terapêutica anticoagulante oral para prevenir o tromboembolismo nos doentes homens com FA com um score CHA₂DS₂-VASc de 1, considerando as características individuais e as preferências do doente.
CLASSE*
IIa
NÍVEL*
B
Deve ser considerada a terapêutica anticoagulante oral para prevenir o tromboembolismo nas doentes mulheres com FA com um score CHA₂DS₂-VASc de 2, considerando as características individuais e as preferências da doente.
CLASSE*
IIa
NÍVEL*
B
Recomenda-se a terapêtica com um antagonista da vitamina K (INR 2,0 – 3,0 ou superior) para a prevenção do acidente vascular cerebral nos doentes com FA com estenose mitral moderada a grave ou com válvulas cardíacas mecânicas.
CLASSE*
I
NÍVEL*
B
Quando a anticoagulação oral é iniciada num doente com FA com indicação para um NOAC (apixabano, dabigatrano, edoxabano ou rivaroxabano) recomenda-se de preferência um NOAC em vez de um antagonista da vitamina K.
CLASSE*
I
NÍVEL*
A
Quando os doentes são tratados com um antagonista da vitamina K, o tempo no intervalo terapêutico (TTR) deve ser mantido tão elevado quanto possível e rigorosamente monitorizado.
CLASSE*
I
NÍVEL*
A
Os doentes com FA, já sob tratamento com um antagonista da vitamina K, podem ser considerados para tratamento com um NOAC se o TTR não for bem controlado apesar da boa adesão ou se for da preferência do doente e não tiver contraindicações para um NOAC (p. ex. prótese valvular).
CLASSE*
IIb
NÍVEL*
A
As combinações dos anticoagulantes orais e dos inibidores plaquetários aumentam o risco de hemorragia e devem ser evitadas nos doentes com FA e sem outra indicação para inibição plaquetária.
CLASSE*
III (dano)
NÍVEL*
B
Nos doentes com FA, homens ou mulheres, sem fatores de risco adicionais de acidente vascular cerebral, não é recomendada a terapêutica anticoagulante ou antiplaquetária para prevenção do acidente vascular cerebral
CLASSE*
III (dano)
NÍVEL*
B
Não é recomendada a monoterapêutica antiplaquetária para a prevenção do acidente vascular cerebral nos doentes com FA, independentemente do risco de acidente vascular cerebral.
CLASSE*
III (dano)
NÍVEL*
A
TTR – Time in Therapeutic Range (tempo no alvo terapêutico)
*2016 ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation

Classes de recomendações e Níveis de evidência da ESC

TABELA 1 – CLASSES DE RECOMENDAÇÕES
CLASSE I
Evidência e/ou consenso geral de que determinado tratamento ou intervenção é benéfico, útil e eficaz.
TERMINOLOGIA
É recomendado / é indicado
CLASSE II

Evidências contraditórias e/ou divergências de opiniões sobre a utilidade/eficácia de determinado tratamento ou intervenção.

TERMINOLOGIA
CLASSE II a
Peso da evidência/opinião maioritariamente a favor da utilidade/eficácia.
TERMINOLOGIA
Deve ser considerado
CLASSE II b
Utilidade/eficácia pouco comprovada pela evidência/opinião.
TERMINOLOGIA
Pode ser considerado
CLASSE III
Evidências ou consenso geral de que determinado tratamento ou intervenção não é útil/eficaz e que poderá ser prejudicial em certas situações.
TERMINOLOGIA
Não é recomendado
TABELA 2 – NÍVEIS DE EVIDÊNCIA

NÍVEL DE EVIDÊNCIA A

Informação recolhida a partir de vários ensaios clínicos aleatorizados ou de meta-análises

NÍVEL DE EVIDÊNCIA B

Informação recolhida a partir de um único ensaio clínico aleatorizado ou estudos alargados não aleatorizados.

NÍVEL DE EVIDÊNCIA C

Opinião consensual dos especialistas e/ou pequenos estudos, estudos retrospetivos e registos.

AVC = Acidente Vascular Cerebral; ACO = Anticoagulação; AAE = Apêndice Auricular Esquerdo; NOAC = Anticoagulantes Orais não-antagonistas da Vitamina K; AVK = Antagonistas da Vitamina K.
a) Insuficiência Cardíaca Congestiva, Hipertensão, Idade ≥ 75 anos (2 pontos), Diabetes, AVC/AIT/TE prévio (2 pontos), Doença vascular, Idade 65-74 anos, Género feminino. b) Inclui mulheres
sem outros fatores de risco de AVC. c) IIaB para mulheres com apenas 1 fator de risco de AVC adicional. d) IB para doentes com válvulas mecânicas ou estenose mitral.
1. 2016 ESC Guidelines for the management of atrial fibrillation.